Por que escolhi integrar Reiki aos meus atendimentos?

11 de abril de 2025
Evento do projeto Reiki no Erasto, na sede da Rede Feminina do Combate ao Câncer, em 2023.

     Frequentemente, quando estou atendendo, espontaneamente, algum paciente diz algo na linha de ser alguém espiritualizado, gostar de se tratar de outras formas além da medicina convencional e acreditar na energia das pessoas e lugares. Essas pessoas, então, ficam muito surpresas quando concordo e digo que sou reikiano. Afinal, Reiki e Medicina (ocidental, alopática, convencional, como queira chamar) parecem fazer parte de dois universos que não se tocam. Mas ambos têm o cuidado com o ser humano como foco principal, então eles não devem ser tão distantes, correto?

    Ouvi falar sobre Reiki pela primeira vez na faculdade. Uma colega de turma é reikiana também e sempre falava do assunto, mas eu confesso que nunca tinha prestado realmente atenção e não tinha curiosidade alguma naquela época. Mais para frente, vi alguns vídeos na internet, ao acaso, citando o Reiki, então fui atrás de saber o que era. Na época, me interessei e pesquisei sobre o que era e como se tornar um reikiano, mas era algo que demandava muito tempo e, no auge da minha faculdade, tempo e disposição para tal eram coisas que me faltavam.

        Foi em 2022, em um momento muito conturbado em minha vida, no qual estava passando por graves problemas psicológicos e me vi afastado do trabalho, que percebi que era o momento ideal para finalmente fazer um curso de Reiki, e foi algo transformador. Vi minha vida melhorar muito desde o momento em que integrei a prática em minha vida, mas não me via como terapeuta de Reiki; pensava em fazer autoaplicações e aplicar em familiares e amigos que me pedissem, nunca com o intuito de fazer disso parte de algo profissional ou formal. O tempo passou, me tornei Mestre Reiki e, então, comecei a me sentir como se estivesse desperdiçando meu conhecimento.

        Comecei a conversar com vários amigos reikianos em busca de algum projeto de voluntariado em Reiki e em 2023, enquanto atendia uma então paciente e agora dona da clínica que atendo, a Eidi Machado, entramos no assunto energia, eu disse que era reikiano e ela me falou de um projeto de voluntariado de Reiki no Hospital Erasto Gaertner, coordenado pela enfermeira e terapeuta Meline Marques e logo demonstrei interesse.  Alguns meses de treino depois, comecei a aplicar Reiki nos pacientes do ambulatório de dor crônica do Hospice Erasto Gaertner (o centro de cuidados paliativos do hospital) e foi uma experiência muito rica e consegui, semana a semana, com os meus próprios olhos e de forma palpável, como o Reiki ajudava aquelas pessoas; não tiro o crédito das medicações para a dor mas os pacientes sempre me contavam como quando depois de uma sessão de Reiki conseguiam refletir sobre a própria vida e o processo energético, emocional, mental por trás da dor que sentiam.

     Então, além de confirmar o que já sabia, decidi que seria um médico reikiano, que meus pacientes mereciam além do meu conhecimento sobre medicina ocidental, acesso à uma energia que faz tão bem. Foi ainda em 2023 então que comecei a fazer tratamentos aliados ao Reiki e vejo nitidamente a melhora que os tratamentos convencionais trazem, sim, mas também vejo o bem que o Reiki faz na vida das pessoas e espero conseguir trazer cada dia mais a saúde física e energética para meus pacientes. E foi assim que percebi que ser médico e ser reikiano podem sim, e são parte do mesmo universo.

Por GABRIEL LAZARETTI 28 de abril de 2025
Sentir-se mal é sempre um momento delicado, e a primeira pergunta que surge é: "A quem devo recorrer?" A escolha entre buscar uma consulta com um clínico geral ou ir diretamente ao pronto-socorro pode parecer simples, mas compreender as nuances de cada opção é fundamental para garantir o cuidado adequado e otimizar o sistema de saúde.
Por GABRIEL LAZARETTI 28 de abril de 2025
Você sente um sintoma novo e a primeira ideia que lhe ocorre é procurar imediatamente um especialista?
Por GABRIEL LAZARETTI 11 de abril de 2025
Tenho uma pergunta, sem julgamentos: você só procura um médico quando sente algo errado? A vida tem sido cada vez mais agitada e temos pouco tempo hoje em dia para nosso autocuidado (sim, ir ao médico é autocuidado também!). Também existe um grande medo de ir ao médico, procurar algo e achar; a ignorância é uma bênção, não? Não. Ficar sem saber como você está de saúde pode acarretar grandes problemas no futuro que seriam um pequeno problema hoje, ou talvez não seriam nem um problema. Aqui eu tenho que ser um pouco mais técnico, mas prometo que tentarei ser simples e breve: a prevenção é como tratar uma doença antes que ela exista. Existem três níveis de prevenção (ou quatro, de acordo com alguns autores). A prevenção primária consiste em medidas para que uma doença não aconteça de forma alguma, seja tomando água sem contaminantes, comendo alimentos saudáveis e limpos, exercitando-se, ou tomando uma vacina. A prevenção secundária é a detecção precoce de uma doença que já está se desenvolvendo; o exame preventivo das pessoas com útero e os queridos check-ups são exemplos de prevenção secundária – eles detectam uma doença em um estágio em que ela já está presente, mas você pode fazer algo para que ela se cure ou não piore. A prevenção terciária acontece em estágios mais avançados da doença; seu objetivo é evitar que uma enfermidade traga problemas evitáveis que atrapalhem sua vida, ou seja, as famosas “sequelas” ou até mesmo a morte. Se você for mais moderno, precisa também conhecer a prevenção quaternária, que é a prevenção contra erros médicos; são medidas que evitam que o paciente tome um remédio que não precisa ser tomado, evitando a exposição a efeitos adversos da medicação, medidas que evitam que o ortopedista opere seu joelho esquerdo em vez do direito, e medidas que evitam que você passe mal por causa da anestesia de uma endoscopia ou de uma cirurgia que você não deveria ter feito... são muitos exemplos, mas acredito que já me fiz entender. Voltando do “mediquês” ao português, seja qual for o nível da prevenção, ela é essencial para que você tenha uma saúde plena. Ao se prevenir, você: não desenvolve certas doenças, diagnostica outras antes que fiquem graves e mantém seu bem-estar quando uma doença grave ocorre. Também faz parte do universo da prevenção se educar, como quando sua professora de ciências disse para você lavar verduras com água sanitária para evitar pegar um verme, ou quando você teve aula de educação sexual e agora sabe usar uma camisinha, ou quando viu uma propaganda na TV em que o Zé Gotinha chamava seu filho de até quatro anos para tomar a vacina contra a poliomielite. Mas um grande efeito colateral (mas não adverso) da medicina preventiva é criar um laço com seu médico. Quem tem um médico para chamar de seu desde muito novo sabe como é diferente ir a toda consulta em um médico diferente. E quando você escolhe um profissional com consciência de prevenção, ele, com certeza, vai querer vê-lo com frequência; uns pacientes com mais frequência, outros com menos frequência, mas o médico estará preocupado para que você não desenvolva nenhuma doença grave enquanto estiver sob seus cuidados. Nessas consultas, você vai pôr sua vida em dia com o médico; ele vai examiná-lo, pedir os exames que julgar adequados para seu caso e, juntos, vocês vão saber se você está 100% ou se um alerta laranja vai soar. Cuidar da sua saúde, mesmo quando você se sente bem, é um ato de amor-próprio; também é autocuidado. Eu me sinto pronto para ajudá-lo a ver como você está e tratá-lo de forma a se equilibrar de corpo, mente e, se você crer e permitir, de alma. Se você está pronto para cuidar de si com mais presença e consciência, estou aqui para caminhar ao seu lado.
Por GABRIEL LAZARETTI 11 de abril de 2025
O que você espera de uma consulta médica? Muitos esperam que o médico prescreva um remédio para resolver seu problema como uma poção mágica e só voltar quando outro problema surgir. Alguns evitam ir ao médico porque sabem que serão julgados, como se o médico fosse seu pai, e o pai está zangado. Outros querem que o médico os entupa de remédios e exames para fazer, para erradicar qualquer possibilidade de doença, mesmo que ela não esteja doente, afinal (para essas pessoas) que tipo de médico não passa remédio, nem exame? Outros vão em busca de serem ouvidos e tem essa expectativa frustrada com um médico frio e com pressa de atender o próximo paciente. Outros precisam de uma solução viável para seu problema e recebem a receita de um remédio caro, da “única marca que funciona (e não o genérico!)”, se é que você me entende. Eu e o perfil de pacientes somos um tanto diferentes; acredito que um médico deva te escutar e fazer o que é necessário para que você fique bem, sem mais, nem menos. Eu fui uma criança (e continuo sendo como adulto) que por questões de saúde ia aos médicos constantemente; já vi de tudo, desde médicos que se tornaram amigos de tanto cuidado com a minha pessoa a médicos que nem chegaram a olhar nos meus olhos. Sou grato por ter mais médicos que se encaixam no primeiro perfil do que o segundo, mas o segundo tipo me inspirou muito a ser completamente diferente deles. Durante a faculdade, tive muitas aulas sobre ética e cuidado com o paciente e fui constantemente estimulado a escutar com atenção, entender que uma doença não acontece só por um fator, mas vários, desde onde você mora até o que você pensa; mesmo um resfriado pode ser culpa não só do vírus que causa resfriado, mas muitas outras coisas associadas. E na prática, eu vejo isso na prática todos os dias: pacientes que não podem comprar um remédio que o ajudaria por causa do preço, pacientes com problemas que se resolveriam se o emprego não fosse abusivo, se os familiares fossem menos custosos, se a vida fosse diferente. Por muito tempo isso me deixou perturbado, com a sensação de que eu poderia dar o meu melhor na consulta e seria tudo em vão, porque eu sou só uma peça do quebra-cabeça; foram muitos dias de trabalho e terapia para perceber que embora eu não seja o quebra-cabeça todo, ainda é valioso ser uma peça do quebra-cabeça da saúde dos meus pacientes. E onde entra a ciência? A Medicina Baseada em Evidências guia minhas decisões, mas a vida real complica as coisas. O remédio ideal é caro? O paciente odeia tomar comprimidos? Um exame demora meses na fila? Ou, ainda, o paciente toma um suplemento placebo, mas jura que funciona – devo interferir? São questões muito complexas e exigem médicos complexos, que escutem os pacientes e consigam pensar em rotas alternativas que cheguem ao meio termo entre o que deve ser feito e o que pode ser feito. Então, depois de alguns anos de experiência, me tornei o médico que sou: eu escuto o paciente, faço esforço ativo para olhar mais para o paciente do que para a tela do computador e a decisão sobre o tratamento não é somente minha, mas também do paciente. Nunca coagi um paciente a tomar um remédio que ele não quer tomar ou não pode comprar. Nunca prescrevi um remédio sem explicar para o paciente o que ele tem, o que aquele remédio faz e o que vai acontecer caso ele tome o remédio ou não. Tento o máximo não pedir exames que não vão ajudar no diagnóstico e quando faço, é porque vejo que o paciente se sente inseguro e precisa de um papel dizendo que ele não está doente para se sentir bem. E acredito que tem dado certo; a grande maioria dos meus pacientes segue o que falo com respeito, os que não seguem conversamos novamente para chegar em um novo acordo e mesmo quando não há melhora, meus pacientes demonstram que me respeitam e sabe que eu tentei o meu melhor para reestabelecer sua saúde e é isto que me motiva. Em síntese, creio que um médico deve sempre ter uma relação de diálogo, escuta, fala respeitosa, cuidado e carinho com os pacientes para que juntos consigamos fazer com que a saúde esteja o mais plena possível, que você se sinta bem consigo. É deitar a cabeça no travesseiro sabendo que fiz o que podia – e dormir em paz.