Os benefícios do acompanhamento médico preventivo
Tenho uma pergunta, sem julgamentos: você só procura um médico quando sente algo errado? A vida tem sido cada vez mais agitada e temos pouco tempo hoje em dia para nosso autocuidado (sim, ir ao médico é autocuidado também!). Também existe um grande medo de ir ao médico, procurar algo e achar; a ignorância é uma bênção, não? Não. Ficar sem saber como você está de saúde pode acarretar grandes problemas no futuro que seriam um pequeno problema hoje, ou talvez não seriam nem um problema.
Aqui eu tenho que ser um pouco mais técnico, mas prometo que tentarei ser simples e breve: a prevenção é como tratar uma doença antes que ela exista. Existem três níveis de prevenção (ou quatro, de acordo com alguns autores). A prevenção primária consiste em medidas para que uma doença não aconteça de forma alguma, seja tomando água sem contaminantes, comendo alimentos saudáveis e limpos, exercitando-se, ou tomando uma vacina. A prevenção secundária é a detecção precoce de uma doença que já está se desenvolvendo; o exame preventivo das pessoas com útero e os queridos check-ups são exemplos de prevenção secundária – eles detectam uma doença em um estágio em que ela já está presente, mas você pode fazer algo para que ela se cure ou não piore. A prevenção terciária acontece em estágios mais avançados da doença; seu objetivo é evitar que uma enfermidade traga problemas evitáveis que atrapalhem sua vida, ou seja, as famosas “sequelas” ou até mesmo a morte. Se você for mais moderno, precisa também conhecer a prevenção quaternária, que é a prevenção contra erros médicos; são medidas que evitam que o paciente tome um remédio que não precisa ser tomado, evitando a exposição a efeitos adversos da medicação, medidas que evitam que o ortopedista opere seu joelho esquerdo em vez do direito, e medidas que evitam que você passe mal por causa da anestesia de uma endoscopia ou de uma cirurgia que você não deveria ter feito... são muitos exemplos, mas acredito que já me fiz entender.
Voltando do “mediquês” ao português, seja qual for o nível da prevenção, ela é essencial para que você tenha uma saúde plena. Ao se prevenir, você: não desenvolve certas doenças, diagnostica outras antes que fiquem graves e mantém seu bem-estar quando uma doença grave ocorre. Também faz parte do universo da prevenção se educar, como quando sua professora de ciências disse para você lavar verduras com água sanitária para evitar pegar um verme, ou quando você teve aula de educação sexual e agora sabe usar uma camisinha, ou quando viu uma propaganda na TV em que o Zé Gotinha chamava seu filho de até quatro anos para tomar a vacina contra a poliomielite.
Mas um grande efeito colateral (mas não adverso) da medicina preventiva é criar um laço com seu médico. Quem tem um médico para chamar de seu desde muito novo sabe como é diferente ir a toda consulta em um médico diferente. E quando você escolhe um profissional com consciência de prevenção, ele, com certeza, vai querer vê-lo com frequência; uns pacientes com mais frequência, outros com menos frequência, mas o médico estará preocupado para que você não desenvolva nenhuma doença grave enquanto estiver sob seus cuidados. Nessas consultas, você vai pôr sua vida em dia com o médico; ele vai examiná-lo, pedir os exames que julgar adequados para seu caso e, juntos, vocês vão saber se você está 100% ou se um alerta laranja vai soar.
Cuidar da sua saúde, mesmo quando você se sente bem, é um ato de amor-próprio; também é autocuidado. Eu me sinto pronto para ajudá-lo a ver como você está e tratá-lo de forma a se equilibrar de corpo, mente e, se você crer e permitir, de alma. Se você está pronto para cuidar de si com mais presença e consciência, estou aqui para caminhar ao seu lado.

